quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Catarina (2):

Obrigado Por tudo.
De nada. Sou teu.
Amo-Te. Amas-me.
Quero-Te. Queres-me.
Quero-nos.
Sem
Mistério.
Mas...
O medo
Tira-me
Do sério.

Devia (1)

"Devias estar aqui rente aos meus lábios"


Eugénio de Andrade

terça-feira, janeiro 31, 2006

Catarina:


Este eu que Te escreve, assim se declara. Sem palavras caras nem rodeios, nem outros meios para chegar ao fim. Assim, simples em mim, para Ti abro o livro. Manifesto por escrito o meu desejo carnívoro de união espiritual, superior, num plano de consciência acima de um deus maior.
Sentir-Te o cheiro é desbravar um campo de jasmim. Nos Teus lábios, desprende-se uma manga madura e sumarenta e, na vagareza lenta de quem contempla um pôr-do-sol, admiro, radiante, os Teus olhos de cristal.
Vem comigo, voa comigo. Para nós, o abrigo do coração sustenta tudo acima do chão.. o que Te digo, não é em vão.
Aceita esta página, e continua a escrever comigo este lindo livro a dois.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

no sofá...

Lá fora, a chuva batia triste nas portadas. Sentado no sofá, Aurélio bebia, pensativo, um brandy defronte da lareira quente. Absorto nos seus pensamentos, deixou-se levar pela luz amarelada que lhe tremulava a visão, fechando os olhos. Sentiu-se invadido de branco, numa paz e calma por ele nunca antes experienciada. Neste baranco esbatido onde se encontrava, via em sua volta um relvado imenso, onde dispersos mas em grande número, se mostravam canteiros de flores artisticamente arranjados: Flores de maracujá, orquídeas selvagens, dentes de leão, ipomea volatea, morning glories.
Embora não estivesse frio, apareceu diante dos seus olhos um magnífico lago de gelo, onde patinavam pinguíns e golfinhos surfavam nas ondas que lá se faziam.
A voar, elegantes e majestosos condores rasgavam os céus acima do olhar de Aurélio. Digo céus, pois aos seus olhos, inexplicavelmente, pareciam vários e digo acima, pois quando Aurélio olhou para baixo, parou estarrecido. A relva, embora de um verde forte e saudável, transparecia mais céu por baixo dos seus pés. Era música para os seus olhos (sensação estranha, mas Aurélio não conseguia senti-lo de outra maneira, era mesmo música para os olhos).
Este céu vermelho, por baixo dos seus pés, mostrava-se quente e bom, pois Aurélio começou a sentir o calor subir-lhe pela planta, pela raíz (sentia-se com raízes) e lembrou-se de semelhante sensação aquando da compra da escalfeta com a mãe. Teve uma vontade súbita de escrever um livro, de contar ao mundo o mundo que descobrira do outro lado da janela, com tanto para oferecer. Aurélio não tinha saído da sua poltrona, da sua lareira. Adormeceu.

domingo, janeiro 29, 2006

E a neve desceu à cidade!




Quem estava na rua ou perto de uma janela por volta das 3:30 da tarde, pode presenciar um fenómeno que não era presenciado há cerca de 50 anos...
Durante cerca de 10 minutos, a neve caíu um pouco por toda a cidade e arredores... memorável!